16.6.11


À beira de mim, me observo. Observo meus anseios, os receios, dos desejos mais fúteis aos mais genuínos. Percebo os calores que enrubrecem as maçãs do meu rosto, que umedecem minha pele.

Do canto do meu ser, olho para o meu centro. De lá, atento aos meus passos e aos rumos que eles sugerem como às sugestões de rumos que os meus passos compram ou descartam.

Do canto dos meus olhos, que agora olham para dentro, olho um pouquinho para fora. Delicio-me ao perceber a infinidade de cores que o mundo tem, o tanto de sorrisos e formas bonitas, assim como percebo suas rebarbas (que, a meu ver, tornam todo o processo saboroso, desejoso, ardido, bom - seja por qual perspectiva for).

Às margens dos meus sorrisos e desejos natos, rezo e peço pela lucidez. Quando se beija o precipício assim - com língua, saliva, tudo - fácil é cruzar a linha que separa o real do irreal, o agora do outrora.
Diretamente do queimar dos meus músculos, da corrida frenética do meu pulsar, agradeço por meus movimentos, pelo suor que pinga ladeando a lágrima salgada de prazer doce.

Aqui, de presente à presente, turvo o que há minutos preenchia minha mente secundária, se projetava no fundo dos meus olhos, me mantinha ciente das mentiras da minha mente. Daqui para o adiante* presente, me desespero. O precioso instante me sorri - sorri gostoso à beça! - e eu, com um carimbo na testa, anuncio a PRIMEIRA VEZ.
Quando foi mesmo que me coloquei ao lado de mim para me ajudar a crescer? Quando foi que percebi : "Pensar tambem e caminhar" assim como "É possível caminhar sem parar de pensar"?

Lambendo o desfiladeiro que me leva ao magma da minha terra estou. Quem dera houvesse mais dentro ainda. Quem dera eu pudesse escurecer o que de fato existe para viver somente de buscar o " 1+1", o "1x1", o princípio do meu caos.

Caos - causar - cal - decalque - descalce - cálice- cale-se! Seja-se! Arda-se! Fala-se! Fala-te! Escuta-te!

...abra os olhos bem devagar agora.

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