9.10.11

Dádiva nossa de cada dia.

Se eu disser que senti vontade de chorar, vou mentir. Em momento algum, ainda que todas as minhas sensações estivesse no pico de suas capacidades, tive tempo de pensar em pôr prá fora com água tudo o que estava sentindo. Amo incondicionalmente, longe (muito longe!) de qualquer medida fazer música, ser música em todos os aspectos e viver a música que as pessoas fazem.
Estar perto de pessoas talentosas, entregues, se divertindo, amando tanto quanto eu estar ali...
...é surreal. É isso! Surrealidade!
Perceber que à minha frente estão tantos mensageiros buscando meios de dizer o que precisa ser dito, sentir aquilo tudo me estremecendo, me montando e desmontando à todo tempo é o maior agradecimento que posso fazer. Dar-me conta da grandiosidade daquilo...é uma oração.
Se essas pessoas soubessem como, a cada vez que essa magia acontece, meu coração fica mais apertado...

coração cada vez mais apertado = coração cada vez mais cheio de novos amores.

4.10.11

A angústia de todos nós


Depois de algum choque que me trouxe à vida, passei a abominar o ibope dado à dor. Como que em uma fuga, não olhava para ela. E assim, também não aceitava que dessem vida à qualquer coisa que não fosse colorida, nada que não fosse griz para se tornar furta-cor (que furtasse as cores de qualquer cinza). Sabe, conforme vou saindo desse meu casulo, saindo de dentro dessas paredes, cruzando os mares que me mantinham em uma ilha, vou começando a aceitar certas angústias, a aceitar que as dores existem. Tenho visto a dor com outros olhos, quiçá com olhares de nobreza, quiçá com olhares admirados até. Por quê? Como esse troço ajuda a gente a crescer, né? É piegas (eu sei!) mencionar aquele papo de " Se não vai pelo amor, vai pela dor" e blá blá blá, mas é bem isso: às vezes, enquanto a gente não chega ao fundo do poço, ao intragável, ao impossível, ao insuportável, a gente não pára de se auto-flagelar fingindo que não sabe estar se matando (podando, prendendo - chamem como quiser) aos poucos.
Hoje, olhando nos olhos dos meus subterfúgios, percebo que não olhar para as dores não faz com que elas desapareçam, mas olhar bem no fundo dos olhos doídos, deixar que aquele mundo de incertezas que nos faz tremer nos faça tremer (de fato) faz com que subamos um degrau - degrau esse que fará com que mudemos de perspectiva (estaremos então um passo à frente, percebem?).
Olhar para a menina-eu que falava sobre dores desenfreadamente frente a uma pessoa amiga, olhar para essa mesma pessoa amiga e seu olhar de interrogação, ter o privilégio de ter alguém que te ajude dizendo " O que diabos você está fazendo consigo mesma?" é de valor inestimável. Ter a chance de ter olhos abertos pro tanto ( e põe tanto nisso!) que cresci neste ano, neste segundo semestre é...
...faz ser e só ser. Faz ser incrível, ou melhor, faz ser crível demais!!!
Yes, we can! Feliz comigo.

3.10.11

Quando o amor machuca


Quando deixamos de estar em cena para assistí-la é coisa de arregalar os olhos!

"Como pude? Como me perdi dessa forma? Como aceitei tudo isso?"

Tem hora que a gente se deixa em segundo plano, normal (se é saudável ou não é OUTRA coisa), mas se esquecer em segundo plano fingindo estar em primeiro é muito dolorido de assistir, sabe.

Tem gente que não sabe amar.

Talvez eu mesma não saiba (o que é bem provável) e erre muito até saber ser alguém amável, alguém que mereça ser amado dessa forma linda que eu vejo como ideal, até saber realmente amar sem machucar, sem prender, sem precisar, amar por querer amar e cuidar do amor.
Percebi hoje que não deixo de amar as pessoas, não deixo de ver valor, mas amar algumas delas, quiçá uma em especial, me machuca. A forma de me demonstrar amor sempre feriu meus princípios, sempre invadiu meu espaço, sempre me tirou um pouco de mim. Percebo que conforme meus olhos foram se virando para outro lado da cena, meu corpo, minha alma e meu coração me pediam para ir embora. Minhas convicções e desejos - talvez uma crença nula que só uma porcentagem mínima da minha razão e de uma emoção doente me pediam para tentar de novo e de novo e de novo - se truncavam e não me deixavam sair. Saí e estou, de fato, satisfeita com esse passo, grata e com os olhos abertos para tudo o que cresci. (Graças a Deus!)
Receber notícias é sempre doloroso, sempre machuca, porque é sempre afiado, sempre cortante, sempre para machucar e, quanto mais eu percebo esse amor vestindo raiva, machuca, dói.
Eu, no fundo, queria que fosse diferente, que fosse em paz, mas fosse! Que fosse embora e não voltasse a dar as caras tão cedo! Que fosse saudável, fosse uma escolha "Se não nos ajudamos, melhor não nos atrapalharmos, não é?" e fosse com o vento, como uma folha seca que já rendeu tudo o que tinha que render é levada pela brisa leve.

Brisa, por favor, leve o que pesa.Deixa só o aroma da folha que um dia viveu em paz nessa árvore linda chamada VIDA!(As folhas não precisam deixar cicatriz, só lembranças).


Até aprender como é amar uma pessoa de verdade (e não o ser que a gente inventa para chamar de ideal) vai chão...

... ou não.

Meu pé tá na estrada para isso (até descalço para não deixar passar pedrinha qualquer, maciez qualquer!).
Quero amar com saúde, em paz.

Chego lá!

Eu me permito amar sem correntes.
Que assim seja!