20.5.13

N'água (Árvore Vermelha)

"São mergulhos e são fundos... não pesam, mas são mergulhos pesados, sem muita volta.
Os meus olhos não ficam turvos, eu não perco nada de vista, mas a minha visão se distancia.
Num átimo de segundo eu estou vivenciando um pequeno flash em sua mais absoluta profundidade.
Não há de ser doença simplesmente, algo de divino deve haver nisso, não é possível!
Soubessem os doutores quanta coisa linda eu vivo nesses meus mergulhos, certamente pensariam melhor. Pudesse carregar os meus para isso...ah...(risos)Quantas viagens!
"




Eram cordas puxadas de cima de uma ponte, um ponto, uma lindeza arquitetônica que só poderia ser vista de fato, completamente, ali, naquele horário, naquela situação.
Não bastasse a beleza de ver aquele imenso balanço em pleno Viaduto do Chá, ver inúmeras pessoas ali para se balançar, ver pessoas correndo de todos os lugares com um brilho surreal nos olhos fez pensar que a vida tem sentido!

 Mas não tem saída! Viver é a saída!
Fazer valer é a saída até que sejamos convidados a deixar tudo isso de verdade.

Iam todos, eram muitos, corriam...

Era onírico, tudo!
A luz da madrugada, a iluminação do lugar, a mistura do sombrio com o encantado, era um sonho... um sonho onde felizmente eu tinha uma mão para segurar e não precisava temer. O que podia fazer ali se não deixar meus olhos espelharem nas lágrimas presas o meu encanto: os balanços, imenos balanços pendendo do Viaduto do Chá?

Meu coração parou. Parou? Parou ou relaxou? Relaxou... relaxou. A vida tem sentido. Existe remédio prá tanta dor, existe equilíbrio prá tanta loucura e não precisa ir longe, e não precisa de muito.

Detalhes são coisas, né? Coisas realmente importantes. Afinal, o que seria daqueles imensos balanços lindos e encantadores sem as benditas bandeirolas presas à eles? Chego a pensar que foram elas que me tomaram os olhos, foram elas que me desmancharam o coração. As bandeirolas! Pareciam pequenas, mas deviam ser imensas! Ditavam o movimento de cada balaço individualmente. Tremulavam, mas não enlouqueciam, graças ao formato e a forma de dar o nó. Que bandeiras especiais!!! Remeteram-me aos livros da CosacNaif que tive o prazer de conhecer há não muito tempo atrás. Que coisa encantada e ... trivial, pequena!
A vida tem dessas, né, de se fazer valer à pena quando menos se espera, nas pequenezas.

Vivi muitas coisas naquela madrugada, naquela manhã, na tarde que veio em seguida...
Mas parte de mim - meu coração - ia bater lá em dados momentos, naquele gramado, naquele mesmo ângulo, do mesmo jeitinho de quando eu olhei sem saber, sem esperar.
Como foi especial!!!

Lembrei imediatamente da "Árvore Vermelha". E, talvez insconscientemente, tenha me remetido imediatamente à MINHA "Árvore Vermelha" aquele balanço todo.

Senhores escritores e ilustradores incríveis,

em meu nome e dos seres que, assim como eu, vibram por eternidades ao ler, ver e viver suas criações, peço:

Criem! Salvem o mundo mesmo! Eu já me sinto mais em terra firme depois de sexta.

Glória!!!

3.5.13

Rising Moon

"O olhar da lua por entre as àrvores como se, à meia luz, o Sol descesse"


Eu precisava que a lua soubesse que não a quero de outra cor que não a dela mesma. Se em algum momento a lua voltar a ser prata, ou quiser azul... verde talvez, eu aceito e topo.
Não serei sempre da mesma cor. Aliás, ser da mesma cor seria o raro para essa estrela tão movimentada. Rasaremos o céu assim, sendo de todas as cores que tivermos direito e jogaremos com estas formando novos rastros a cada dia. E se um dia cairmos no mar, rasaremos seu fundo, reinventaremos a posição dos astros. "Manchete: Lua e Estrela agora dançam no fundo do mar!"