29.5.11

Luz ponteaguda

Estou - diferentemente de inerte - destemida. Sozinha eu seguro a bronca!
Que o coração arda o que tiver de arder, que dôa, que grite, que ria bem alto. O que acontece aqui dentro, na solidão do meu corpo, no vazio do apartamento, é só meu. Assim mesmo eu quero que seja.
Tenho essa mania brusca e bruta de querer o intenso, de me ausentar do mundo para bater de frente comigo. Interessante estar só e não ter para onde fugir. O assunto sou eu, o problema é meu, o coração também, os traumas, os prazeres, o ego e o egoísmo também são, então todos esses momentos, as ações e reações também cabem a mim e só a mim. Justo, não?!
Assustei e assusto pela intensidade, mas, verbalmente, sou assim mesmo. Em meio às palavras sou dez vezes mais.
O que parece dor, solidão e trizteza nada mais é do que auto-conhecimento, solitude e alegria. O que parece estar me matando está, na verdade, me reconstruindo, me impulsionando, me ensinando como é que se vive de verdade e como é que se faz para ser quem se é sem negar ponto algum. Quer delícia maior do que estar no caminho certo para se encontrar?
A doçura que me banha o coração independe dos abraços e beijos -que, obviamente, não nego (nem peço) - o que tenho sentido é incondicional e irredutível: sempre leve, sempre em paz, sempre na medida certa. Que venha esses amores nobres que estão ao meu lado porque querem, que não me devem absolutamente nada, os amores aos quais quero simplesmente saber que existem, existiram e existirão. Aos que arrebataram meu coração, Obrigada. Aos que arrebatam, obrigada. Aos que arrebatarão meu coração, aguardo sem ânsia.
Aos dispostos, o meu olhar no fundo dos olhos, o olhar humano aos humanos e sua perfeição na forma mais linda: cheia de rebarbas.

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