4.6.09

O som alheio

Tenho me prendido, graças a Deus, em músicas novas! Tenho escutado Márcio Policastro, Max Gonzaga, Maria Gadu, Luiz Murá e toda uma galera que , para mim, é nova! Entender o que exatamente se passa na cabeça do outro talvez seja doideira (quiçá impossível), mas se deixar levar pela entrega do outro, entregar-se à proposta alheia é uma das coisas mais lindas e ricas.
Quando escuto Policastro vejo o quão único ele é. A voz está longe de ser preferência nacional ,mas eu gosto e a mim sôa melhor que muito cantor acadêmico (verdade não se discute e quem ousa dizer que ele não canta com verdade???)! As letras inteligentes, a sensibilidade rasgada, todas as verdades cuspidas ou veladas, me atraem e sinto vontade de mergulhar como for!
Escutei míseras vezes Max Gonzaga e quero ouvir mais, quero ver mais. Um jeito único, uma voz linda e um jeito dele de fazer e tocar suas músicas. Tem cara, tem pele, tem alma no som do cara e eu me curvo à isso tudo! Salve!!!
Escutei Maria Gadu há pouco tempo e não me lembro bem como cheguei até ela (só depois descobri que era amiga de um recenete amigo meu). Desmanchei na cadeira com os olhos vidrados no monitor. Há tempos não escutava algo tão sincero e, repetidamente afirmo, único! O que mais vemos são cantores que imitam cantores ou que exibem seus exercícios de canto. Não pude resistir ao charme da voz, à toda a doçura nos dizeres, nos trejeitos e na rouquidão.
Luiz Murá eu já conhecia, mas o som dele demorei um pouco. O mais gostoso é " ver" o cara tocando e cantando. Os olhos que anunciam uma mistura boa de Brasil e Japão sorriem tão grande que enche o coração de alegria, dá vontade de cantar junto. Na sala, ao lado do piano, eu com meu violão, a gente inventando coisas, pensando no que sôa bem e o jeito como os dois respondem ao acorde que cai como uma luva. Deus me guia!!!
Quando escuto pessoas assim, que são humanas tocando, vejo o quanto valeu à pena ter deixado de canto os estudos técnicos para inventar coisas, para testar coisas,para viver música e usufruir de momentos musicais que jamais voltarão. Quando ouço coisas lindas como essas que tenho ouvido penso que eu realmente faço o que amo e sinto vontade imensa de fazer caber em mim o som dessa galera toda.
Eu, que faço questão de não resvalar e não deixar resvalem em minha vida, pedi e peço para que entrem e sintam-se à vontade todas as artes e os seres humanos que são assim: intensamente humanos. Por favor!
Eu quero o som rasgado, quero o ar na voz, quero verdades cruas, quero a entrega acima de tudo, quero o despudor, quero rebarbas...

2 comentários:

  1. eu quero um sopro de voz negra, uma ventania, vagarosa e voraz
    com violão de dedos velozes
    e no corpo toda a volúpia do cantar

    devora este mundo,
    suga a cor púrura da verdade
    de quem é também coração

    beijos de longe de quem lhe quer encantando!
    paloma.

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  2. Ouvi Maria Gadu por intermédio seu e achei divino... mas posso dizer que o som que me deixa realmente encantado é a voz de Anna Tréa (tá, eu sei, tietagem... rs).
    Obrigado por ser esse encanto que és...

    Besos y Lirios...

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